“(…) Respeito pela “educação” e pelo serviço pelos e para os outros” 10 Outubro, 2020

Ao ser-me lançado o repto para escrever algumas breves palavras, sobre o Padre Manuel Pinho Leão, senti-me algo constrangido pois ao transmitir, o meu conhecimento e relacionamento com a figura máxima do Colégio que me formou e ajudou a ser Homem, teria de me vergar ao dizer que elas seriam parcas, tendo em conta o enorme respeito pelos seus saberes e sinonimamente pelo respeito que a sua figura me transmitiu ao longo do seu conhecimento. 

Acompanhei-o na década de 60 nas aulas de Inglês e mais tarde de História, sempre com todo o prazer nos seus sábios ensinamentos repercutidos rapidamente em aprendizagem. Foi assim durante alguns anos que aquelas aulas (nunca de 50 minutos, pelas suas repetidas “faltas de pontualidade”), me encheram de “gozo” formando-me nas linhas mestras de defesa sobre as ditas cujas disciplinas. 

Entretanto, não poderei deixar de abrir um parêntesis, dizendo que o meu progenitor Lívio Rocha, assim como mais tarde meu irmão António Emílio, tiveram relações mais estreitas a nível pessoal e estudantil, visto as suas gerações se enquadrarem mais num tempo de uma maior “pujança” do Padre Leão como “mater” daquele Externato de Gaia, que conjuntamente com o Padre Nédio (na altura de meu Pai) e mais tarde com o Padre Armando e Padre Delfim ( na altura de meu irmão) chamavam à atenção do País, como sendo um dos colégios de referência, no espectro educacional. Basta para tal, observar ao longo da última década do século XX as figuras proeminentes quer a nível da justiça, da medicina, da engenharia, indústria e comércio e mesmo da política que alcançaram altos patamares nas suas profissões e colocações, graças a toda uma retaguarda de “formação” alcançada no colégio Externato de Gaia, tão graças à equipa de professores “treinada” pelo Padre Leão. 

Na minha geração, já os “tempos” e algum desgaste provocado por outras exigências directivas, levaram como disse no princípio a uma ligação não tão próxima com o Padre Leão, como aquela que tiveram nas suas épocas, os dois Rochas focados anteriormente, ao desfrutarem de outras “energias”, em outras tantas actividades pré-académicas. 

Recordo-me, no entanto, de duas actividades pré escolares que no meu tempo, contribuíram para o “crescimento” formativo e informativo, ambos apadrinhados pelo Padre Leão. O “Escudo” e o “Nascente foram, sem dúvida alguma, os que mais me marcaram e porque não dizê-lo, contribuíram para engrandecer o nome do Colégio no plano da Educação. 

Após, um devaneio no meu 5º ano, pois só consegui fazer a secção de Letras, meu Pai colocou-me como semi interno no colégio dos Carvalhos, não pelo espaço educativo idôneo do Externato de Gaia, mas sim porque o filho, precisava de um castigo externo aos poderes instalados e acomodados diariamente, do não aproveitamento. 

Aí foi o desiderato do continuar com o culto e desempenho de tudo em que Padre Leão intervinha diariamente. 

Mais tarde e já na minha vida profissional, tive o privilégio, conjuntamente com o meu irmão António Emílio, de participar em vários encontros de recordações e de ajudar na construção do boletim informativo do jornal do Monte da Virgem por ele tão acarinhado e bem dirigido, a quem o nosso Pai tão orgulhosamente produzia na sua empresa gráfica. 

O Padre Leão deixa portanto na minha vida um contributo muito importante como Homem de Deus e dos homens, marcando-me por tal no respeito pela “educação” e pelo serviço pelos e para os outros. 

Agradeço a Deus o seu conhecimento e os seus saberes. 

Obrigado, Padre Leão e até já!

Luís Rocha 

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